JBS se compromete a abandonar o confinamento de porcas reprodutoras em gaiolas de gestação


Anúncio foi comemorado pela Humane Society International, uma das maiores ONGs globais de proteção animal

São Paulo (3 junho 2015) – A JBS, dona da Seara, maior processadora mundial de carnes e segunda maior processadora de carne suína do Brasil, anunciou hoje em seu relatório de sustentabilidade planos para descontinuar o uso contínuo de gaiolas de gestação de todas as suas granjas próprias.

A nova política da empresa de eliminar uma das formas mais abusivas de confinamento animal em unidades próprias foi elogiada pela Humane Society International (HSI), uma das maiores ONGs globais de proteção animal. De acordo com a JBS, a transição deve ser completada até 2016. A empresa também afirmou que unidades novas adotarão o sistema de gestação coletiva e que fornecedores contratados receberão apoio para migrar para a gestação coletiva.

“Nós comemoramos o anúncio da JBS e parabenizamos a empresa pelo fato dela estar unindo-se a diversas outras grandes empresas e governos que estão se afastando dessa forma cruel de confinamento” – disse Carolina Galvani, gerente sênior de campanhas de animais de produção da HSI no Brasil. “Nós instamos a empresa a também estender essa política a seus fornecedores contratados em breve.”

Porcos são animais bastante inteligentes, ativos e sociáveis. No entanto, no Brasil a maioria das porcas reprodutoras – usadas para produzir leitões de engorda na indústria suína – passam praticamente suas vidas inteiras confinadas em gaiolas de gestação. Essas gaiolas têm praticamente o mesmo tamanho dos corpos dos animais, e por isso não permitem que as porcas sequer se virem dentro delas ou dêem mais do que um passo para frente ou para trás. Porcas confinadas em gaiolas são mais propensas a vivenciar tédio, frustração e distúrbios psicológicos. Esse tipo de confinamento também resulta em uma maior probabilidade de desenvolver diversos problemas de saúde, como infecções urinárias e manqueiras.

Informações adicionais:

  • O anúncio da JBS acontece seis meses depois que a BRF, maior processadora de carne suína no Brasil, concordou em eliminar o confinamento contínuo em gaiolas de gestação de sua cadeia de suprimento.
  • No ano passado, a Arcos Dorados, maior operadora de restaurantes do McDonald’s na América Latina e no Caribe, e maior franquia do McDonald's do mundo, anunciou que todos seus fornecedores de carne suína terão que apresentar planos documentados para limitar o uso de gaiolas de gestação e promover sistemas de alojamento coletivo.
  • Sistemas de alojamento coletivo são economicamente viáveis e grandes produtores ao redor do mundo estão usando essa alternativa com sucesso – como a Smithfield Foods, maior produtor mundial, Hormel, Cargill e Maple Leaf Foods.
  • Mais de 60 das maiores empresas alimentícias do mundo – como McDonald’s, Burger King, Subway, Sodexo e Compass Group (GRSA no Brasil) – já eliminaram ou estão descontinuando o uso de gaiolas de gestação de suas cadeias de fornecimento nos EUA.
  • O uso contínuo de gaiolas de gestação para suínos já foi proibido em todos os países membros da União Europeia, Canada e nove estados norte-americanos. Na Nova Zelândia e no Canadá, o sistema será descontinuado em 2015 e 2017, respectivamente. A Associação de Produtores de Suínos da África do Sul também implementará uma restrição a partir de 2020.

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