Brasil nega proposta para proibir testes em animais

União Europeia, Índia e Israel já baniram a realização de testes de cosméticos em animais e, recentemente, EUA, Austrália e Nova Zelândia criaram propostas legislativas para proibir a prática na indústria da beleza. Mas o Brasil parece estar indo na contramão desse movimento mundial


Em reunião em Brasília, na última quinta-feira (20), o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), que pertence ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT), negou proposta apresentada pela ONG Humane Society International (HSI) para acabar, de uma vez por todas, com os testes de cosméticos em animais.

De acordo com a organização, esse tipo de procedimento em bichos é antiético, uma vez que causa dor aos animais em nome do consumo de produtos dispensáveis, e pode ser substituído por outras técnicas, que já são adotadas por empresas da indústria da beleza que se desassociaram desse tipo de prática.

No entanto, apesar do parecer técnico que provava a viabilidade da proibição e de petição com dezenas de milhares de assinaturas, o Concea não aprovou a proposta, cuja votação havia sido prometida para outubro.

O Conselho preferiu propor novo regulamento geral que obriga os laboratórios a utilizar alternativas para testes em animais, cinco anos depois de serem validadas pelo governo. Segundo a HSI, a medida é um retrocesso, uma vez que essa regra já existe no Brasil desde 1998, com uma diferença: antes da nova decisão do Concea, ela deveria ser cumprida pelos laboratórios imediatamente após a validação do método alternativo, e não no prazo de cinco anos.

"Dois terços dos brasileiros apoiam a proibição dos testes e 170 membros do Congresso Federal também defendem a ideia. É uma vergonha que os reguladores brasileiros não consigam respeitar a opinião da população e de seus representantes, que manifestaram de forma consistente sua forte oposição aos testes em animais para a indústria da beleza", diz Helder Constantino, porta-voz brasileiro da campanha Liberte-se da Crueldade, da HSI. Agora, a organização pede apoio ao ministro da Ciência e Tecnologia, Clélio Campolina Diniz, para intervir na decisão do Concea.

Enquanto o governo não bane a prática, as atitudes dos consumidores têm grande peso. Assista, abaixo, à animação em português que a HSI fez para conscientizar as pessoas a respeito das crueldades que podem estar por trás dos produtos de beleza que são levados para casa. A organização ainda possui campanhas parecidas em outros países, como Austrália, China, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Rússia. 


https://www.youtube.com/watch?v=CKteahxI5W8

Planeta Sustentável

Os 10 Mandamentos de um Protetor de Animais



01) Não farás da tua casa um depósito de animais. Darás, sim, dignidade para aqueles maltratados e abandonados, mas procurarás acima de tudo um novo lar para eles.

02) Lembrarás de doar os animais que tenham chance de ter um lar; lembrai sempre da finalidade de todo o teu esforço, que é SALVAR O ANIMAL para que este tenha uma vida digna e melhor junto a donos responsáveis.

03) Não ficarás triste quando os animais forem embora para seu novo lar; lembra-te que como uma mãe ou um pai, salvastes uma vida para o mundo, que jamais se esquecerá de ti.

04) Disseminarás a todos que te cercam a Posse Responsável, mas também castrarás o maior número de animais que puderes, por ser a única solução efetiva para o problema do animal abandonado.

05) Não perderás a tua própria dignidade e individualidade; lembra-te que se não estiveres são, física e mentalmente, não poderás cuidar de ninguém.

06) Não ficarás revoltado contra a humanidade, afinal existem muitos voluntários de bom coração como vós, e a maioria das atrocidades são causadas pela ignorância. Cabe a ti ENSINAR!

07) Não esquecerás, de forma alguma, que também és um ser vivo como aqueles a quem tanto te dedicas; deverás reservar horas de lazer e convívio social só para ti, para que não continuem difamando o bom nome dos Protetores de Animais, confundindo-nos com desajustados sociais.

08) Reacenderás diariamente a tua chama de voluntário, aquela que te faz lutar contra todas as adversidades para atingir os objetivos, que causa tanta admiração entre os membros de nossa sociedade.

09) Aproveitarás o dia-a-dia para renovar os teus objetivos, para que os teus meios não se tornem os teus fins, afinal não quereis ser parte do problema, mas sim da solução.

10) Serás feliz, aproveitarás o dom Divino de ENTENDER E PROTEGER ESSAS PEQUENAS VIDAS INOCENTES!

Sequestro de animais é considerado maus-tratos

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
O sequestro de animais domésticos configura maus-tratos e, segundo a lei nº9605/98, a pena para quem comete esse tipo de crime é três meses a um ano de detenção. Além de afastar o animal das pessoas de sua confiança, se para efetuar tal prática houve invasão de propriedade ou furto, a pena é ampliada.
De acordo com a advogada e defensora da causa animal, a vereadora Ana Rita Tavares, o sequestro de animais vem crescendo nos grandes centros urbanos. “Geralmente, esses crimes são praticados por usuários de drogas ou por pessoas que visam algum retorno financeiro”, pontua, lembrando que na legislação brasileira, o animal doméstico, ainda é tratado como objeto passível de posse e com penas brandas para as questões de maus-tratos. “O mau trato não se restringe à agressão física, a agressão psicológica e restrição de mobilidade desse animal também é considerada nesse caso”, esclarece a advogada.
Criadora de shitzus, pugs, malteses e podles, Giovana Bião diz que a segurança dos seus cães, além do valor financeiro, passa por uma questão sentimental. “Implantamos chips de identificação nos nossos animais aos três meses de vida e oriento aos nossos clientes a fazerem o mesmo”, diz, ressaltando que além dessas dica, sempre orienta sobre horários de passeios e o fato de não deixar que o animal vá para rua com coleiras muito chamativas, para não despertar a atenção. “Cães como o shitzu chegam a custar uma média de R$3mil reais e os adultos são sequestrados para servirem como reprodutores”, salienta.
Segundo o veterinário Bruno Rapozo, a implantação do chip é feita na maioria das clínicas da capital, tem um custo médio de R$150,00 e não causa dor ao cão. “O microchip possui o tamanho de um grão de arroz e é implantado entre as escápulas do cão, sem a necessidade de anestesia”, explica. A partir daí, o tutor descreve e atualiza através de software as características desse animal e todas as vezes que ele passar por um leitor, presente em clínicas e nos aeroportos, as informações sobre ele serão reveladas.
Outro dispositivo são as coleiras especiais  que possuem um sistema de localização que alia tecnologia e informação e funciona através da internet e do aplicativo móbile. Ao contratar o serviço por R$ 50,00 ao ano, o guardador recebe uma medalhinha que deve ser colocada na coleira do animal. Ela possui um número único que fica cadastrado no site SysPet e funciona como uma rede de recuperação, além de poder abrigar todo o histórico de vida do animal.
Ao acessar o Sistema, o guardador pode acionar a função “Perdi meu animal” que alertará todos os usuários cadastrados e replicará a informação em todas as redes sociais integradas.
Além da colocação dos identificadores, outras medidas garantem a proteção do animal. A advogada Ana Rita Tavares lembra que é importante ter em mão fotos atualizadas do animal para caso de divulgação, em caso de perda ou sequestro fazer não deixar de fazer o boletim de ocorrência e a queixa, mesmo que não haja certeza sobre a autoria do sequestro, além de proteger a casa. “Infelizmente, o animal ainda é visto como mercadoria possível de ser explorada”, pontua a advogada.

Nova pesquisa atesta que cães realmente nos amam, por Lobo Pasolini


Dylan dormindo (Foto: Divulgação)
Dylan dormindo (Foto: Divulgação)
Uma nova pesquisa confirma tecnicamente aquilo que já sabemos: que os cães nos amam, que eles precisam de afeto e que eles dão muito afeto. A nova pesquisa usou um processo de escaneamento sofisticado do cérebro dos animais, com permissão de seus guardiões e com liberdade de abandonarem o exame quando quisessem. Os resultados indicaram atividade cerebral acelerada quando eles ouviam uma voz familiar, e não apenas de pessoas que os alimentam. Mais ou menos isso.
O resultado da pesquisa levou a um editorial no NYT dizendo que ‘cães são pessoas também.’ Os pesquisadores querem reconhecimento legal de cães como pessoas, ou algo próximo a isso. Neurociência já é usada em tribunais como evidência, o que abre a possibilidade de pesquisas sobre essa de incluir animais.
Do ponto de vista vegano, esse tipo de avanço é bem-vindo porque quer dizer que com tal reconhecimento os cães não podem ser considerados propriedade e sua procriação comercial poderia ser proibida porque ela implica que o animal seja tratado como tal.
O ideal seria que todo animal fosse tratado como pessoa. Aliás, quem somos nós para decidir quem é uma pessoa ou não? Esse tipo de discussão, embora represente algum tipo de avanço, demonstra como o ser humano é primitivo em sua relação com outras espécies.

Desmistificando a castração pediátrica

É muito comum ouvirmos que cadelas e gatas só podem ser castradas depois do primeiro cio, e que cães e gatos machos devem cruzar ao menos uma vez na vida.

A intenção desse texto é desmistificar isso. Não é mais admissível que nos dias de hoje, onde há tamanho acesso à informação, que animais de estimação ainda sejam sujeitos a colocar mais cães e gatos num mundo onde não há lugar para todos.

Já sabemos que não é em todo lugar que os veterinários topam castrar animais tão cedo. Aliás, infelizmente só nos grandes centros – e muitas vezes nem neles! – há quem faça. Isso é uma pena, e mais infelizmente ainda vem não só o prejuízo de um animal inteiro mas o de tantos que ficarão inteiros até que muitos ‘doutores’ digam que já é hora de castrar.

Na Confraria dos Miados e Latidos TODOS os gatos e cães são castrados a partir das 8 semanas de vida, tanto em São Paulo quanto em Nova Friburgo.

Trechinho extraído do site Focinhos Gelados, que trabalha em conjunto com a WSPA:
Link: http://www.focinhosgelados.com.br/modules/AMS/article.php?com_mode=nest&com_order=1&storyid=1

“Filhotes de cães e de gatos passaram a ser castrados com apenas seis a oito semanas de vida. O desenvolvimento de novos anestésicos e de novas técnicas cirúrgicas fez com que este procedimento passasse a ser tão ou até mais seguro do que qualquer outro que costuma ser recomendável até os seis meses de vida. Os pacientes mais jovens se recuperam mais rapidamente e têm uma incidência menor de complicações cirúrgicas e pós-cirúrgicas do que os seus pares mais velhos, pois possuem nenhuma ou muito pouca gordura corporal para sustentá-los, a incisão é menor, a duração da cirurgia é reduzida e a sua recuperação é bastante breve.
As pesquisas disponíveis sobre os efeitos físicos e comportamentais de curto e de longo prazo da castração pré-pubescente em cães e gatos demonstram a ausência de qualquer resultado adverso.Com base nestas informações, a American Humane Association (Associação Humanitária Americana) apóia esta prática como uma solução viável para a diminuição da superpopulação de animais de estimação e da tragédia decorrente da morte de muitos deles. A prática da esterilização precoce também é endossada pela American Veterinary Medical Association (Associação Veterinária Americana), pela American Animal Hospital Association (Associação de Clínicas Veterinárias Americana) e pela California Veterinary Medical Association (Associação Veterinária da Califórnia).”
North Shore Animal League/EUA, maior organização de mundial de resgate e adoções adepta à não eutanásia de animais sadios afirma que veterinários recomendavam castração somente a partir dos 6 a 8 meses por pura tradição e conservadorismo, mas isso não tinha nenhuma base científica, entre outros, já que a própria Associação Nacional de Médicos Veterinários dos EUA endossa desde 1993 a castração na pré-puberdade.
Castração a partir das 8 semanas de vida é algo feito fora do Brasil desde a década de 70. Aqui ainda encontramos muita resistência – apesar dos benefícios – porque aceitamos de bom grado uma informação equivocada.
O primeiro passo para contornar o problema do abandono e superpopulação de animais é admitir que é preciso tomar mais medidas preventivas. É não tampar o sol com a peneira. É ter ciência do risco que não sendo castrados precocemente os animais correm mais riscos desnecessários. Não é só uma questão de saúde (cujo benefício é enorme), mas de segurança.
Cães e gatos podem ser castrados ainda bebês com toda a segurança, sem contar que recuperam-se muito mais rápido tanto da sedação quanto do procedimento. Em questão de horas já estão brincando como se nada tivesse acontecido.
Imagine que você optou por não É muito comum ouvirmos que cadelas e gatas só podem ser castradas depois do primeiro cio, e que cães e gatos machos devem cruzar ao menos uma vez na vida.

Já imaginou que durante toda a vida deles as chances de acontecer um acidente e eles escaparem são razoáveis?
Já imaginou que pode acontecer de um dia não sermos mais capazes de responder sequer por nós, quanto mais por nossos bichinhos, e a sorte deles ficar à mercê de terceiros que não temos como saber se terão o mesmo cuidado que nós?
Então sim, mesmo o seu bichinho tem que ser castrado. A realidade do abandono só vai mudar quando exigirmos que seja diferente. Enquanto ficarmos de mãos atadas achando que “tudo bem, ele é tão bebezinho”, centenas de milhares nascerão sem ter casa.
Castração é um ato de amor.

Benefícios da Castração Prediátrica



Pesquisas americanas indicam acastração antes da puberdade, e apresentam suas vantagens. O objetivo do presente artigo é debater o assunto, questionando e discutindo se realmente existem efeitos negativos, geralmente atribuídos à carência hormonal.

A principal doença reprodutiva das cadelas e o tumor mais comum de cadelas sexualmente intactas é o tumor de mama. Ele é o segundo tumor mais frequente em cadelas e o terceiro mais comum em gatas.

É provado que a sua incidência cai para 0,5% quando a cadela é castrada antes do primeiro cio, mas o efeito da castração na diminuição da incidência deste tumor vai diminuindo com o tempo, sendo que não se altera se a cadela for castrada após o segundo cio. Já nas gatas, a ocorrência de tumor de mama é sete vezes maior em fêmeas não castradas do que naquelas castradas.


Além dos tumores de mama, a castração precoce previne virtualmente quase todos os outros tumores relacionados ao sistema reprodutor, tanto em machos quanto em fêmeas, assim como outras doenças do sistema reprodutor. Por exemplo, uma doença muito comum em cadelas e gatas, principalmente naquelas que receberam hormônios para evitar o cio, é o Complexo Hiperplasia Endometrial Cística (PIOMETRA), doença que se não for tratada a tempo, ou seja, se não for realizada a retirada do útero, pode levar à morte.

Custos

Economicamente, a cirurgia em filhotes é muito menos onerosa do que em adultos, pois consome menores quantidades de anestésicos e materiais em geral, sem ainda falar no tempo, pois a cirurgia é muito mais rápida do que no animal adulto.

Outra vantagem em se castrar filhotes é fazer com que, após a adoção, não exista o risco destes animais se reproduzirem e agravarem a questão da superpopulação, pois a maioria dos proprietários não está consciente do problema, e deixa seus animais se reproduzirem sem critérios. Quando se trata da fêmea, o quadro é ainda pior, pois muitas vezes o que vemos são os donos matarem os filhotes assim que nascem, ou jogá-los na rua para que morram ou sejam adotados, e quando eles sobrevivem, acabam tornando-se cães vadios, sem dono, passando fome nas ruas e transmitindo doenças para outros animais, e mesmo para as pessoas. O que fazer? Ser conivente com a carrocinha e o sacrifício em massa, ou adotar uma política consciente de castração?

Mitos e Preconceitos

Embora com o conhecimento das vantagens que a castração precoce pode propiciar, ainda existe um receio por parte dos veterinários e da própria população em castrar animais jovens. Os principais problemas citados na literatura mais antiga, e que caíram na crença popular são citados e discutidos a seguir.

Retardo no Crescimento

A maturidade do esqueleto está muito relacionada à puberdade, e sofre ação direta dos hormônios sexuais, além de outros. Embora não essenciais, os hormônios sexuais influenciam em todo o metabolismo do esqueleto. Dessa forma, foi constatado que a castração precoce atrasa o fechamento das epífises ósseas, o que quer dizer que o animal permanece em fase de crescimento por mais tempo, e com isso tem estatura ligeiramente maior do que teria se não fosse castrado; além disso não ocorrer em todos os animais castrados antes da puberdade, este efeito não traz nenhum problema, uma vez que não estamos falando de padrões de raça em animais que participam de competições, pois os animais para exposição devem reproduzir.
Quanto ao maior risco de fraturas, nada foi comprovado a respeito e, na experiência dos autores onde mais de 13 filhotes castrados, entre cães e gatos, nenhum apresentou qualquer alteração significativa.

Obesidade

Foi provado, cientificamente, que aproximadamente 30% das cadelas castradas engordam devido ao aumento do apetite, e parece que o mesmo ocorre em gatas. Porém, se a ingestão de alimentos for controlada após a cirurgia, esse problema tende a diminuir.
Estudos realizados em ratos e seres humanos mostram que, se a castração for feita antes da puberdade, não há aumento na tendência à obesidade, e o mesmo foi comprovado em nosso estudo com cães e gatos, onde nenhum dos filhotes castrados engordou em demasia após a cirurgia.

Problemas de pele

Vários problemas de pele tem sido atribuídos à castração, como dermatites e queda de pêlos, mas nenhum trabalho comprovou que tais problemas fossem inerentes à castração, uma vez que animais não castrados também apresentam estes problemas.

Mudanças de comportamento

É da crença popular que animais castrados ficam mais mansos e preguiçosos. Vários trabalhos tem sido feitos comparando em competições o comportamento e performance dos animais que foram castrados após a puberdade, mas quando receberam a mesma alimentação e cuidados que os animais inteiros, não mostraram nenhuma diferença.

Por outro lado, com relação à "vadiagem", ou seja, o fato dos animais (cães e gatos machos, principalmente) viverem fora de casa, procurando fêmeas no cio ou brigas com outros machos, estes hábitos diminuem em 90% dos casos após a castração, além de reduzir consideravelmente a agressão entre machos e a marcação de território com a urina. Vale ressaltar que outros tipos de agressividade, principalmente no caso de cães de guarda, não é afetada.

Concluindo, nenhuma diferença de comportamento nas brincadeiras, caça, monta, dominância e guarda, ocorre em animais castrados, seja precoce ou tardiamente.

Problemas urinários

Relativamente muito pouco se sabe com relação aos efeitos dos hormônios sexuais sobre o sistema urinário em cães e gatos.

Porém, sabe-se que os problemas antigamente atribuídos à castração, como aumento da predisposição à obstrução uretral em gatos, ou a incontinência urinária em cadelas, ainda merecem maiores esclarecimentos.

A incidência de obstrução uretral em gatos é a mesma em gatos castrados ou não, embora os mecanismos dessa patologia ainda não tenham sido esclarecidos.

Com relação à incontinência urinária em cadelas, ela pode ocorrer de semanas a anos após a cirurgia de castração, assim como em cadelas inteiras. Vários problemas anatômicos e fisiológicos estão associados ao problema, e não se tem ainda uma causa definida. Se há influência hormonal, não há evidências que sugiram que a castração precoce irá potencializar o problema.

Riscos anestésicos e cirúrgicos

Quando filhotes com menos de 12 semanas são anestesiados, atenção especial deve ser dada para o pequeno tamanho do paciente e as diferenças na distribuição, metabolismo e excreção dos anestésicos mas, de maneira geral, a cirurgia é feita em menos de 15 minutos nas fêmeas e 5 minutos nos machos, tornando-se bastante segura.

Predisposição a doenças infecto-contagiosas

Uma das maiores preocupações daqueles que adotam a castração precoce é saber como o estresse da anestesia e da cirurgia irá afetar a susceptibilidade a doenças infecto-contagiosas, como a Parvovirose ou a Cinomose.

Quando a cirurgia é feita até os 30 dias de idade, os filhotes se recuperam imediatamente após o término da anestesia, e já começam a mamar e brincar uns com os outros, mostrando que o estresse é mínimo, assim como a dor parece ser a mesma de um corte de rabinho, o que não ocorre em adultos, os quais sentem muita dor e às vezes passam um ou dois dias, após a cirurgia, muito apáticos e sem se alimentar .

De maneira geral vemos que a castração precoce só traz vantagens, e que é necessária a ajuda de todos aqueles que gostam de animais, para que possamos acabar com esse quadro horrendo que povoa nossas ruas e canis municipais, sempre lotados de cães à espera da morte.

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A empatia dos cães com o ser humano




Cães sentem a dor das pessoas e buscam aliviá-la
Fonte: Daiylimail

A intuição presente em quem convive com cães de que estes animais são sensíveis e altruístas ao detectar o sofrimento das pessoas, brindando-as com conforto e aconchego, parece se confirmar por um recente estudo realizado por psicólogos daUniversidade de Goldmsiths em Londres.

Os cães reagem à dor humana de maneira submissa que se ajusta a dar alívio, como se o verdadeiro treinamento biológico desta espécie fosse a empatia.

O experimento testou 18 cães em diferentes situações, com seus donos e estranhos, nas quais os voluntários aparentavam chorar, sussurrar, cantarolar e falar.

Os cães reiteradamente reagiram aos simulacros de pranto, aproximando-se das pessoas e buscando iniciar algum tipo de contato físico.

- "O cantarolar” foi desenhado para ser um comportamento relativamente novo, que poderia provocar a curiosidade dos cães.

O fato de que os cães diferenciaram entre o choro e o canto indica que sua resposta não foi meramente motivada pela curiosidade", disse a Dra Deborah Custance, coautora do estudo.
Os cães responderam ao choro de uma pessoa não obstante que não fosse seu dono, e demonstra que sua resposta foi genuinamente empática.

Há algumas semanas um outro estudo sugeria que ratos são capazes de sentir e agir dirigidos pela empatia e que esta poderia ser a emoção universal.

Por outro lado o biólogo da Universidade de CambridgeRupert Sheldrake, realizou numerosos experimentos queparecem mostrar que os cães têm uma capacidade telepática (não circadiana) para saber quando seus donos estão para chegar em casa.

Não há dúvida que os animais domésticos, sobretudo os cães, cumprem uma admirável função serviçal, como se estivessem entre nós para expiar nossas penas

Portanto, ame-os como eles o amam.

Font: http://www.economist.com/node/21557721

Ostra feliz não faz pérola, por Marcela Godoy


“A felicidade é um dom que deve ser simplesmente gozado. Mas ela não cria. São os que sofrem que produzem a beleza, para parar de sofrer”. 
Rubem Alves
Recentemente estava participando de um Seminário de Extensão em Foz do Iguaçu – PR, quando me caiu às mãos este livro de Rubem Alves: Ostra Feliz não faz Pérola¹.
Trouxe o livro para casa. Pego, pois, emprestado o título para encabeçar este texto e me valho da metáfora desse educador para escrever um pouco sobre “a dor e a delícia” que permeiam a vida de pessoas que se dedicam à causa animalista abolicionista.
A partir dessa metáfora, faço uma releitura própria, pois, cada um, a sua maneira, sabe das tristezas e alegrias que envolvem o cotidiano de quem decide fazer frente a concepções especistas para atuar em prol de animais humanos e não humanos.
Como bióloga, vejo na pérola produzida pela ostra, um objeto belíssimo. Mais pelo fenômeno através do qual ela é gerada do que pelo produto final. E como bióloga não especista faço questão de deixar claro que vejo a pérola como um agente neutralizador da dor. E que quando me refiro à beleza da pérola, me refiro pura e simplesmente à sua beleza intrínseca e hipnotizante, gerada de maneira natural. Uma produção natural entenda-se não forçada, que é da ostra, e não foi feita para o ser humano adornar pescoços e orelhas. A pérola é bonita não porque é valiosa do ponto de vista econômico. Ela é bonita e valiosa porque é uma produção ímpar e elaborada da natureza. Ela possui uma beleza que, embora fascinante, tem uma história de dor.
A ostra, para produzir a pérola na natureza, precisa de algum agente externo -  geralmente um grão de areia – que a faça sofrer, inflamar, doer. Então, para livrar-se do sofrimento, a ostra produz camadas e camadas de uma substância chamada nácar. Essas camadas de nácar vão, aos poucos, encobrindo as arestas agudas do grão de areia ou de outro corpo estranho que machucam a ostra.
Passado algum tempo, (dependendo da ostra e do tamanho do agente causador da dor), essas camadas sobrepostas dão origem à pérola. Se não há dor e sofrimento, não há pérola.
Rubem Alves nos lembra que, o ato criador, seja na ciência, seja na arte, nasce sempre de uma dor. Não pude deixar de notar: ato criaDOR.
Com relação às dores relacionadas à trajetória de quem sente empatia pelos animais e se dedica à causa animalista abolicionista, essa dor não precisa ser necessariamente relacionada ao sofrimento físico, como na ostra. E fica fácil aqui, tecer algumas relações contidas nessa metáfora.
De quantas dores se faz um DDA (Defensor dos Direitos dos Animais)? São muitas. Essas dores podem ser de ordem moral, espiritual, até mesmo física (como ignorar nos mais diversos contextos e macabros episódios que presenciamos, as “punhaladas no coração”, os “socos na boca do estômago”, as lágrimas)?  Essa dor pode também ter o nome de curiosidade científica. Geralmente é uma coisa que incomoda. Senão, não seria uma dor. Essa dor pode nascer da indignação frente à exploração dos animais e de seus corpos. Pode ser o escárnio, fruto da desinformação, frente ao nosso trabalho.
Essa dor pode ser, por exemplo, ver a ANDA sair do ar por dignamente não se vender a interesses escusos. Pode ser representada também, por saber de obras literárias, a nosso ver, relevantes para a causa animal, rejeitadas por editoras para dar lugar a biografias do quilate de Geisy Arruda e Justin Bieber, por exemplo. Pode ser a frustração de ver projetos gestados por nós com tanto carinho e dedicação de uma vida naufragarem temporariamente por falta de apoio. Ou por simplesmente pensar que não temos onde nos apoiar em alguns momentos.
Essa dor pode ser a negação de um patrocínio para um projeto que julgamos importante. Pode ser a criança que ri da dignidade perdida de um animal, devido à sua educação especista. A dor também pode vir de uma “Ciência” ou de uma “Academia” com venda nos olhos. Essa dor pode vir ainda da incompreensão e da cegueira seletiva massiva frente aos abusos cometidos todos os dias contra os animais, velada ou explicitamente. É o governante especista. E como se não bastasse, aí aparece a mídia tendenciosa para jogar álcool nas lesões…
Sim, todas essas dores – e outras – são agudas e perfuram diretamente nossa carne. Todas essas dores podem ser areias que entram no nosso ego, na nossa vida, na mente e na alma.
A vida dos DDAs que trabalham, estudam, escrevem e militam pelos animais é cheia desses incomodativos “grãos”. Quem tem a capacidade de, por instantes trocar de lugar com os animais e através dessa empatia, sair do comodismo, deve se preparar para enfrentar esses grãos que poderão perfurar o ego e por vezes, a auto-estima dos mais desavisados.
Essas dores e esses grãos de areia incomodam. Mas não o suficiente para abalar nossas convicções. Muito menos para nos fazer abandonar nossos ideais. Porque a exemplo das ostras, de acordo com o tamanho e a quantidade de grãos de areia, vamos, pouco a pouco, ou de uma vez, produzindo o nácar que encobre essas arestas, fazendo com que as areias pontudas parem de nos machucar.
O “nácar” que produzimos tem a forma de nossos propósitos. E este “nácar” à semelhança da dor, também pode assumir muitas formas. Ele pode ser representado por nossas leituras embasadas que nos sustentam em nossa argumentação quando o contexto pede. Também é produzido quando respondemos com um sorriso discreto ou com o silêncio (que não deixa de ser uma resposta) às agressões às nossas convicções. O “nácar” pode ser também o apoio dos nossos companheiros de ideal. Pode ser as produções científicas sérias a respeito. Pode ser nossos argumentos muito bem embasados e fundamentados de que lançamos mão em ambientes hostis e insensíveis à causa. Pode ser o trabalho educativo realizado diuturnamente por professores visionários. Como na ostra, a produção do “nácar” é silenciosa e sem alardes.
Como resposta à dor, surgem então, as pérolas. Nas mais variadas formas: em vitórias judiciais em favor dos animais que até então pensávamos impossíveis, nos educadores que tem a ousadia de serem pioneiros em suas escolas levantando a bandeira do abolicionismo animal, no pai que respeita a opção alimentar vegana do filho desde pequeno. Nos promotores, juízes e advogados preocupados em justiça para todas as espécies. As pérolas são as produções, científicas ou não, que informam e desconstroem padrões arraigados de pensamento. São os estudantes que se rebelam e se manifestam contra a venda de animais, contra os rodeios, contra os circos com animais. São os estudantes universitários que se recusam a assistir aulas experimentais arcaicas que ainda utilizam animais. É o colega, professor universitário que abre a mente para conhecer metodologias que não utilizam animais. São as pessoas que, devido à informação vão, aos poucos, através de suas escolhas diárias na mesa, no vestuário, na sua higiene pessoal, adotando um modelo de ética e de vida baseados em respeito ao outro, humano ou não. É tomar conhecimento de pessoas que nunca haviam lido ou pensado sobre veganismo virem nos dizer que estão começando a repensar seus hábitos e a mudar. É a mídia fazendo o papel de realmente informar justamente. É a ANDA (novamente no ar). Quanta dor e quanto nácar foram produzidos para vermos as muitas pérolas que circulam nesse site?
Mas creio que a maior pérola reside no olhar de um animal que tem restabelecida sua dignidade. Reside em sabermos que um ou vários animais foram poupados da dor e do sofrimento devido a algum tipo de mobilização. E não se trata de utopia. Seríamos masoquistas morais se não acreditássemos que nossas pequenas atitudes contribuem para diminuir o numero de animais que sofrem sob a tirania humana.
Mas ainda há muito, muito trabalho por fazer. Gosto de ler biografias. E quando leio as biografias das pessoas que admiro, percebo que todas, sem exceção, subverteram a ordem, arrancaram as vendas, arcaram com as conseqüências de seus atos e fizeram a diferença. Conscientemente. Estamos conscientes. Que venham as dores. Porque estas, inevitavelmente se transformarão em pérolas. Pérolas belíssimas cintilando para quem quiser ver, mas principalmente para lembrar-nos da importância da perseverança.
E porque principalmente, pelos animais, todas as dores e todos os grãos de areia, sempre valerão a pena.
¹ALVES, Rubem. Ostra Feliz não faz Pérola. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.
Marcela Godoy é bióloga e professora universitária.
Fonte: ANDA

50 Conseqüências Fatais da Experimentação em Animais


01) Pensava-se que fumar não provocava câncer, porque câncer relacionado ao fumo é difícil de ser reproduzido em animais de laboratório. As pessoas continuam fumando e morrendo de câncer. (2)

02) Embora haja evidências clínicas e epidemiológicas de que a exposição à benzina causa leucemia em humanos, a substância não foi retida como produto químico industrial. Tudo porque testes apoiados pelos fabricantes para reproduzir leucemia em camundongos a partir da exposição à benzina falharam. (1)

03) Experimentos em ratos, hamsters, porquinhos-da-índia e macacos não revelaram relação entre fibra de vidro e câncer. Não até 1991, quando, após estudos em humanos, a OSHA - Occupational, Safety and Health Administration - os rotulou de cancerígenos (1)

04) Apesar de o arsênico ter sido reconhecido como substância cancerígena para humanos por várias décadas, cientistas encontraram poucas evidências em animais. Só em 1977 o risco para humanos foi estabelecido (6), após o câncer ter sido reproduzido em animais de laboratório. (7) (8) (9)

05) Muitas pessoas expostas ao amianto morreram, porque cientistas não conseguiram produzir câncer pela exposição da substância em animais de laboratório.

06) Marca-passos e válvulas para o coração tiveram seu desenvolvimento adiado, devido a diferenças fisiológicas entre humanos e os animais para os quais os aparelhos haviam sido desenhados.

07) Modelos animais de doenças cardíacas falharam em mostrar que colesterol elevado e dieta rica em gorduras aumentam o risco de doenças coronárias. Em vez de mudar hábitos alimentares para prevenir a doença, as pessoas mantiveram seus estilos de vida com falsa sensação de segurança.

08) Pacientes receberam medicamentos inócuos ou prejudiciais à saúde, por causa dos resultados de modelos de derrame em animais.

09) Erroneamente, estudos em animais atestaram que os Bloqueadores Beta não diminuiriam a pressão arterial em humanos, o que evitou o desenvolvimento da substância (10) (11) (12). Até mesmo os vivisseccionistas admitiram que os modelos de hipertensão em animais falharam nesse ponto. Enquanto isso, milhares de pessoas foram vítimas de derrame.

10) Cirurgiões pensaram que haviam aperfeiçoado a Keratotomia Radial (cirurgia para melhorar a visão) em coelhos, mas o procedimento cegou os primeiros pacientes humanos. Isso porque a córnea do coelho tem capacidade de se regenerar internamente, enquanto a córnea humana se regenera apenas superficialmente. Atualmente, a cirurgia é feita apenas na superfície da córnea humana.

11) Transplantes combinados de coração e pulmão também foram "aperfeiçoados" em animais, mas os primeiros três pacientes morreram nos 23 dias subseqüentes à cirurgia (13). De 28 pacientes operados entre 1981 e 1985, 8 morreram logo após a cirurgia, e 10 desenvolveram Bronquiolite Obliterante , uma complicação pulmonar que os cães submetidos aos experimentos não contraíram. Dos 10, 4 morreram e 3 nunca mais conseguiram viver sem o auxílio de um respirador artificial. Bronquiolite obliterante passou a ser o maior risco da operação (14)

12) Ciclosporin A inibe a rejeição de órgãos e seu desenvolvimento foi um marco no sucesso dos transplantes. Se as evidências irrefutáveis em humanos não tivessem derrubado as frágeis provas obtidas com testes em animais, a droga jamais teria sido liberada. (15)

13) Experimentos em animais falharam em prever toxidade nos rins do anestésico geral metoxyflurano. Muitas pessoas que receberam o medicamento perderam todas as suas funções renais.

14) Testes em animais atrasaram o início da utilização de relaxantes musculares durante anestesia geral.

15) Pesquisas em animais não revelaram que algumas bactérias causam úlceras, o que atrasou o tratamento da doença com antibióticos.

16) Mais da metade dos 198 medicamentos lançados entre 1976 e 1985 foram retirados do mercado ou passaram a trazer nas bulas efeitos colaterais, que variam de severos a imprevisíveis (16). Esses efeitos incluem complicações como disritmias letais, ataques cardíacos, falência renal, convulsões, parada respiratória, insuficiência hepática e derrame, entre outros.

17) Flosin (Indoprofeno), medicamento para artrite, testado em ratos, macacos e cães, que o toleraram bem. Algumas pessoas morreram após tomar a droga.

18) Zelmid, um antidepressivo, foi testado sem incidentes em ratos e cães. A droga provocou sérios problemas neurológicos em humanos.

19) Nomifensina, um outro antidepressivo, foi associado a insuficiência renal e hepática, anemia e morte em humanos. Testes realizados em animais não apontaram efeitos colaterais.

20) Amrinone, medicamento para insuficiência cardíaca, foi testado em inúmeros animais e lançado sem restrições. Humanos desenvolveram trombocitopenia, ou seja, ausência de células necessárias para coagulação.

21) Fialuridina, uma medicação antiviral, causou danos no fígado de 7 entre 15 pessoas. Cinco acabaram morrendo e as outras duas necessitaram de transplante de fígado. (17) A droga funcionou bem em marmotas. (18) (19)

22) Clioquinol, um antidiarréico, passou em testes com ratos, gatos, cães e coelhos. Em 1982 foi retirado das prateleiras em todo o mundo após a descoberta de que causa paralisia e cegueira em humanos.

23) A medicação para a doença do coração Eraldin provocou 23 mortes e casos de cegueira em humanos, apesar de nenhum efeito colateral ter sido observado em animais. Quando lançado, os cientistas afirmaram que houve estudos intensivos de toxidade em testes com cobaias. Após as mortes e os casos de cegueira, os cientistas tentaram sem sucesso desenvolver em animais efeitos similares aos das vítimas. (20)

24) Opren, uma droga para artrite, matou 61 pessoas. Mais de 3500 casos de reações graves têm sido documentados. Opren foi testado sem problemas em macacos e outros animais.

25) Zomax, outro medicamento para artrite, matou 14 pessoas e causou sofrimento a muitas.

26) A dose indicada de isoproterenol, medicamento usado para o tratamento de asma, funcionou em animais. Infelizmente, foi tóxico demais para humanos, provocando na Grã-Bretanha a morte de 3500 asmáticos por overdose. Os cientistas ainda encontram dificuldades de reproduzir resultados semelhantes em animais. (21) (22) (23) (24) (25) (26)

27) Metisergide, medicamento usado para tratar dor de cabeça, provoca fibrose retroperitonial ou severa obstrução do coração, rins e veias do abdômen. (27) Cientistas não estão conseguindo reproduzir os mesmos efeitos em animais. (28)

28) Suprofen, uma droga para artrite, foi retirada do mercado quando pacientes sofreram intoxicação renal. Antes do lançamento da droga, os pesquisadores asseguraram que os testes tiveram (29) (30) "perfil de segurança excelente, sem efeitos cardíacos, renais ou no SNC (Sistema Nervoso Central) em nenhuma espécie".

29) Surgam, outra droga para artrite, foi designada como tendo fator protetor para o estômago, prevenindo úlceras, efeito colateral comum de muitos medicamentos contra artrite. Apesar dos resultados em testes feitos em animais, úlceras foram verificadas em humanos (31) (32).

30) O diurético Selacryn foi intensivamente testado em animais. Em 1979, o medicamento foi retirado do mercado depois que 24 pessoas morrerem por insuficiência hepática causada pela droga. (33) (34)

31) Perexilina, medicamento para o coração, foi retirado do mercado quando produziu insuficiência hepática não foi prognosticada em estudos com animais. Mesmo sabendo que se tratava de um tipo de insuficiência hepática específica, os cientistas não conseguiram induzi-la em animais. (35)

32) Domperidone, droga para o tratamento de náusea e vômito, provocou batimentos cardíacos irregulares em humanos e teve que ser retirada do mercado. Cientistas não conseguiram produzir o mesmo efeito em cães, mesmo usando uma dosagem 70 vezes maior. (36) (37)

33) Mitoxantrone, usado em um tratamento para câncer, produziu insuficiência cardíaca em humanos. Foi testado extensivamente em cães, que não manifestaram os mesmos sintomas. (38) (39)

34) A droga Carbenoxalone deveria prevenir a formação de úlceras gástricas, mas causou retenção de água a ponto de causar insuficiência cardíaca em alguns pacientes. Depois de saber os efeitos da droga em humanos, os cientistas a testaram em ratos, camundongos, macacos e coelhos, sem conseguirem reproduzir os mesmos sintomas. (40) (41)

35) O antibiótico Clindamicyn é responsável por uma condição intestinal em humanos chamada colite
pseudomembranosa. O medicamento foi testado em ratos e cães, diariamente, durante um ano.
As cobaias toleraram doses 10 vezes maiores que os seres humanos. (42) (43) (44)

36) Experiências em animais não comprovaram a eficácia de drogas como o valium, durante ou depois de seu desenvolvimento (45) (46)

37) A companhia farmacêutica Pharmacia & Upjohn descontinuou testes clínicos dos comprimidos de Linomide (roquinimex) para o tratamento de esclerose múltipla, após oito dos 1200 pacientes sofrerem ataques cardíacos em conseq¸ência da medicação. Experimentos em animais não previram esse risco.

38) Cylert (pemoline), um medicamento usado no tratamento de Déficit de Atenção/Hiperatividade, causou insuficiência hepática em 13 crianças. Onze delas ou morreram ou precisaram de transplante de fígado.

39) Foi comprovado que o Eldepryl (selegilina), medicamento usado no tratamento de Doença de Parkinson, induziu um grande aumento da pressão arterial dos pacientes. Esse efeito colateral não foi observado em animais, durante o tratamento de demência senil e desordens endócrinas.

40) A combinação das drogas para dieta fenfluramina e dexfenfluramina - ligadas a anormalidades na válvula do coração humano - foram retiradas do mercado, apesar de estudos em animais nunca terem revelado tais anormalidades. (47)

41) O medicamento para diabetes troglitazone, mais conhecido como Rezulin, foi testado em animais sem indicar problemas significativos, mas causou lesão de fígado em humanos. O laboratório admitiu que ao menos um paciente morreu e outro teve que ser submetido a um transplante de fígado. (48)

42) Há séculos a planta Digitalis tem sido usada no tratamento de problemas do coração. Entretanto, tentativas clínicas de uso da droga derivada da Digitalis foram adiadas porque a mesma causava pressão alta em animais. Evidências da eficácia do medicamento em humanos acabaram invalidando a pesquisa em cobaias. Como resultado, a digoxina, um análogo da Digitalis, tem salvo inúmeras vidas. Muitas outras pessoas poderiam ter sobrevivido se a droga tivesse sido lançada antes. (49) (50) (51) (52)

43) FK506, hoje chamado Tacrolimus, é um agente anti-rejeição que quase ficou engavetado antes de estudos clínicos, por ser extremamente tóxico para animais. (53) (54) Estudos em cobaias sugeriram que a combinação de FK506 com cyclosporin potencializaria o produto. (55) Em humanos ocorreu exatamente o oposto. (56)

44) Experimentos em animais sugeriram que os corticosteróides ajudariam em casos de choque séptico, uma severa infecção sang¸ínea causada por bactérias. (57) (58). Em humanos, a reação foi diferente, tendo o tratamento com corticosteróides aumentado o índice de mortes em casos de choque séptico. (59)

45) Apesar da ineficácia da penicilina em coelhos, Alexander Fleming usou o antibiótico em um paciente muito doente, uma vez que ele não tinha outra forma de experimentar. Se os testes iniciais tivessem sido realizados em porquinhos-da-índia ou em hamsters, as cobaias teriam morrido e talvez a humanidade nunca tivesse se beneficiado da penicilina. Howard Florey, ganhador do Premio Nobel da Paz, como co-descobridor e fabricante da penicilina, afirmou: "Felizmente não tínhamos testes em animais nos anos 40. Caso contrário, talvez nunca tivéssemos conseguido uma licença para o uso da penicilina e, possivelmente, outros antibióticos jamais tivessem sido desenvolvidos.

46) No início de seu desenvolvimento, o flúor ficou retido como preventivo de cáries, porque causou câncer em ratos. (60) (61) (62)

47) As perigosas drogas Talidomida e DES foram lançadas no mercado depois de serem testadas em animais. Dezenas de milhares de pessoas sofreram com o resultado (*nota do tradutor: A Talidomina foi desenvolvida em 1954 destinada a controlar ansiedade, tensão e náuseas. Em 1957 passou a ser comercializada e em 1960 foram descobertos os efeitos teratogênicos provocados pela droga, quando consumida por gestantes: durante os 3 primeiros meses de gestação interfere na formação do feto, provocando a focomelia que é o encurtamento dos membros junto ao tronco, tornando-os semelhantes aos de focas.)

48) Pesquisas em animais produziram dados equivocados sobre a rapidez com que o vírus HIV se reproduz. Por causa do erro de informação, pacientes não receberam tratamento imediato e tiveram suas vidas abreviadas.

49) De acordo com o Dr. Albert Sabin, pesquisas em animais prejudicaram o desenvolvimento da vacina contra o pólio. A primeira vacina contra pólio e contra raiva funcionou bem em animais, mas matou as pessoas que receberam a aplicação.

50) Muitos pesquisadores que trabalham com animais ficam doentes ou morrem devido à exposição a microorganismos e agentes infecciosos inofensivos para animais, mas que podem ser fatais para humanos, como por exemplo o vírus da Hepatite B.

Tempo, dinheiro e recursos humanos devotados aos experimentos com animais poderiam ter sido investidos em pesquisas com base em humanos. Estudos clínicos, pesquisas in-vitro, autópsias, acompanhamento da droga após o lançamento no mercado, modelos computadorizados e pesquisas em genética e epidemiologia não apresentam perigo para os seres humanos e propiciam resultados precisos.

Importante salientar que experiências em animais têm exaurido recursos que poderiam ter sido dedicados à educação do público sobre perigos para a saúde e como preservá-la, diminuindo assim a incidência de doenças que requerem tratamento.

Experimentação Animal não faz sentido. A prevenção de doenças e o lançamento de terapias eficazes para seres humanos está na ciência que tem como base os seres humanos.

Referências

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