Desmistificando a castração pediátrica

É muito comum ouvirmos que cadelas e gatas só podem ser castradas depois do primeiro cio, e que cães e gatos machos devem cruzar ao menos uma vez na vida.

A intenção desse texto é desmistificar isso. Não é mais admissível que nos dias de hoje, onde há tamanho acesso à informação, que animais de estimação ainda sejam sujeitos a colocar mais cães e gatos num mundo onde não há lugar para todos.

Já sabemos que não é em todo lugar que os veterinários topam castrar animais tão cedo. Aliás, infelizmente só nos grandes centros – e muitas vezes nem neles! – há quem faça. Isso é uma pena, e mais infelizmente ainda vem não só o prejuízo de um animal inteiro mas o de tantos que ficarão inteiros até que muitos ‘doutores’ digam que já é hora de castrar.

Na Confraria dos Miados e Latidos TODOS os gatos e cães são castrados a partir das 8 semanas de vida, tanto em São Paulo quanto em Nova Friburgo.

Trechinho extraído do site Focinhos Gelados, que trabalha em conjunto com a WSPA:
Link: http://www.focinhosgelados.com.br/modules/AMS/article.php?com_mode=nest&com_order=1&storyid=1

“Filhotes de cães e de gatos passaram a ser castrados com apenas seis a oito semanas de vida. O desenvolvimento de novos anestésicos e de novas técnicas cirúrgicas fez com que este procedimento passasse a ser tão ou até mais seguro do que qualquer outro que costuma ser recomendável até os seis meses de vida. Os pacientes mais jovens se recuperam mais rapidamente e têm uma incidência menor de complicações cirúrgicas e pós-cirúrgicas do que os seus pares mais velhos, pois possuem nenhuma ou muito pouca gordura corporal para sustentá-los, a incisão é menor, a duração da cirurgia é reduzida e a sua recuperação é bastante breve.
As pesquisas disponíveis sobre os efeitos físicos e comportamentais de curto e de longo prazo da castração pré-pubescente em cães e gatos demonstram a ausência de qualquer resultado adverso.Com base nestas informações, a American Humane Association (Associação Humanitária Americana) apóia esta prática como uma solução viável para a diminuição da superpopulação de animais de estimação e da tragédia decorrente da morte de muitos deles. A prática da esterilização precoce também é endossada pela American Veterinary Medical Association (Associação Veterinária Americana), pela American Animal Hospital Association (Associação de Clínicas Veterinárias Americana) e pela California Veterinary Medical Association (Associação Veterinária da Califórnia).”
North Shore Animal League/EUA, maior organização de mundial de resgate e adoções adepta à não eutanásia de animais sadios afirma que veterinários recomendavam castração somente a partir dos 6 a 8 meses por pura tradição e conservadorismo, mas isso não tinha nenhuma base científica, entre outros, já que a própria Associação Nacional de Médicos Veterinários dos EUA endossa desde 1993 a castração na pré-puberdade.
Castração a partir das 8 semanas de vida é algo feito fora do Brasil desde a década de 70. Aqui ainda encontramos muita resistência – apesar dos benefícios – porque aceitamos de bom grado uma informação equivocada.
O primeiro passo para contornar o problema do abandono e superpopulação de animais é admitir que é preciso tomar mais medidas preventivas. É não tampar o sol com a peneira. É ter ciência do risco que não sendo castrados precocemente os animais correm mais riscos desnecessários. Não é só uma questão de saúde (cujo benefício é enorme), mas de segurança.
Cães e gatos podem ser castrados ainda bebês com toda a segurança, sem contar que recuperam-se muito mais rápido tanto da sedação quanto do procedimento. Em questão de horas já estão brincando como se nada tivesse acontecido.
Imagine que você optou por não É muito comum ouvirmos que cadelas e gatas só podem ser castradas depois do primeiro cio, e que cães e gatos machos devem cruzar ao menos uma vez na vida.

Já imaginou que durante toda a vida deles as chances de acontecer um acidente e eles escaparem são razoáveis?
Já imaginou que pode acontecer de um dia não sermos mais capazes de responder sequer por nós, quanto mais por nossos bichinhos, e a sorte deles ficar à mercê de terceiros que não temos como saber se terão o mesmo cuidado que nós?
Então sim, mesmo o seu bichinho tem que ser castrado. A realidade do abandono só vai mudar quando exigirmos que seja diferente. Enquanto ficarmos de mãos atadas achando que “tudo bem, ele é tão bebezinho”, centenas de milhares nascerão sem ter casa.
Castração é um ato de amor.

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