No inverno, motores de veículos são uma ‘ameaça’ para gatos

Gato morre dentro do motor de um Fiat Uno


Marrom, de 4 meses, era um gato que não tinha o costume de sair de dentro de casa, segundo a tutora. Nessa terça-feira (28), porém, enquanto os termômetros marcavam 11,9 graus às 6h25 em Bauru, ele resolveu sair de perto dos outros quatro gatos da família para buscar aquecimento no motor do Uno estacionado na garagem da casa. Sem notar a falta do bichano, Andreia Leite Nabarro, de 36 anos, que trabalha em uma padaria, saiu com o carro.

Já morto, o animal só foi encontrado dentro do motor por um mecânico após o veículo apresentar problemas cerca de 3 horas depois. O triste fato levanta um alerta, feito também pelo Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal (Comupda) aos tutores de animais, já que as baixas temperaturas no inverno aumentam a probabilidade desse tipo de problema.

Susto e tristeza

Adriana conta que, ao levantar e abrir a porta de casa como faz todos os dias, não imaginava que Marrom poderia ter saído e entrado no motor do Uno.

“Eles (os gatos dela) não costumam fazer isso. Teve uma época em que os gatos da rua entravam, mas eu sempre escutava um miado e abria o capô para checar, antes de sair. Ontem, não ouvi nada e não olhei, infelizmente”, lamenta a mulher, que chorou ao saber que o problema no aquecimento do veículo era provocado pelo corpo do gato emaranhado em meio à correia e bomba de água, por volta das 9h.

“Foi um susto e um choque quando o mecânico mostrou, não imaginávamos. Coitadinho!”, completa o pintor Marcelo Francisco da Silva, 41 anos, marido de Adriana.

Ele conta que, além de Marrom, os gatos da família, Tayla, de 4 meses, Sofia, que tem 3 anos e é mãe de Marrom, Wilbert e Negão, de 3 anos, dormem geralmente no sofá da casa ou na área da casa. “Eles ficam passeando, mas, como está frio, ficam lá dentro”, frisa.

“Ele estava meio doentinho e deve ter saído de perto dos outros assim que abri a porta de manhã, mas não pensei que conseguiria subir no carro”, acrescenta Adriana.

O mecânico que atendeu a família diz que a situação não é tão frequente, mas já atendeu outro caso parecido. “É sempre um susto. No ano passado, uma caminhonete estava com o mesmo problema e encontramos um gato morto no motor”, lembra Marcos Antônio Guimarães, que trabalha há 15 anos como mecânico.

“Eles entram por baixo do motor e gostam do recuo que tem próximo à correia do carro e fica ao lado do motor”, explica.

‘É bom ficar alerta’

Presidente do Comupda, Leandro Tessari diz que situações como essa, que resultam na morte dos animais dentro de motores, não são tão comuns. “Já ouvi dizer de gato que entrou no motor e pulou assim que o carro parou, mas morrer lá dentro não”, frisa.

Ele alerta, contudo, que gatos gostam de lugares estreitos e procuram pontos mais quentes, principalmente no inverno. Assim como os cachorros, que costumam deitar nas sombras de carros para se esconderem do sol ou para se esquentarem.

“Já ouvi falar de casos em que o gato entrou até no motor de máquina de lavar. É bom ficar alerta”, ressalta Tessari.

Fonte: Jornal da Cidade

Sobrepeso de cães e gatos pode ser problema hormonal

Foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press
À primeira vista, ter um animal gordinho é pura fofura, mas a obesidade diminui a qualidade de vida e impacta na longevidade do animal. O problema é comum entre cães e gatos e pode acarretar outras doenças. “Animais obesos ficam mais propensos a desenvolver diabetes, problemas vasculares, artrose e males ortopédicos, com consequências para a locomoção”, explica a veterinária Laís Maia.
Em geral, a obesidade decorre do desequilíbrio entre a energia gasta e a acumulada. Porém, podem existir outras causas. Doenças endócrinas costumam se revelar com um ganho súbito de peso. “O hipotireoidismo, por exemplo, está muito relacionado à obesidade em animais. O tratamento é simples e, geralmente, traz bons resultados”, tranquiliza o médico veterinário Claudio Roehsig.
O hipotireodismo se caracteriza por uma desordem hormonal, resultante do funcionamento inadequado da glândula tireoide. Essa glândula é responsável pela regulação de diversas funções do corpo, inclusive o metabolismo. “Os sintomas são falta de apetite, pouca atividade, exaustão e, principalmente, o ganho rápido de peso. Por causa da doença, tudo que o animal ingere fica acumulado. Falta energia para brincar, correr, fazer exercícios”, exemplifica Roehsig.
O beagle Jack, 7 anos, chegou a pesar 32kg (o peso ideal é 15kg). Há um mês em um “plano fitness”, o cãozinho já perdeu quase 4kg. “Jack sempre foi gordinho, mas ele começou a ganhar peso muito rápido, roncar e ter problemas para andar. Sempre ficava ofegante durante as caminhadas”, relata a corretora de imóveis Letícia Aguiar, 32 anos, tutora do animal.
O que mais chamou a atenção de Letícia foram as dores nas articulações. “Ele passou a mancar. Levei imediante ao veterinário. Lá, foi constatado que o Jack estava com uma inflamação devido ao peso”, conta. Não deu outra: o beagle foi diagnosticado com hipotireoidismo. “O Jack veio com dificuldade para caminhar. Depois da confirmação da doença, começamos a fazer o tratamento e a suplementar os hormônios”, detalha Claudio Roehsig, que atende o cão.
Jack segue firme e forte no tratamento. “Ele faz fisioterapia, hidroterapia, eletroestimulação, toma os remédios e faz caminhadas curtas”, conta Letícia Aguiar. De acordo com ela, o cão sempre comeu corretamente. “Ele é alimentado com ração light e nunca foi totalmente sedentário. É um cão de apartamento, mas dá um passeio ao fim do dia”, garante. Roehsig está otimista com o beagle. “A perda de peso foi muito clara, pois o tratamento começou há apenas 45 dias. Ainda não está 100%, mas ele está se recuperando muito bem”, avalia o profissional. A hidroesteira é um recurso bastante eficiente para casos como o do cãozinho. “É uma ginástica de baixo impacto, assim, o pet pode fazer sem machucar as articulações”, ensina.
O peso ideal depende da raça e do tamanho do animal. Existe uma tabela que ajuda a determinar se o bicho está ou não na faixa correta. “Além disso, podemos apalpar os ossos: quanto maior o volume de gordura, mais peso o cão tem. Também podemos verificar pela silhueta do animal. Ele tem que ter aquela ‘cinturinha’”, descreve Laís Maia, veterinária. A ansiedade também pode fazer com que o cão exagere na comida. “Muitos donos tentam suprir a ausência com petiscos. Isso não resolve”, alerta Maia. “A quantidade ideal de comida deve ser avaliada com um especialista em nutrição animal ou com o médico veterinário”, indica Fernanda Torrecillas, veterinária.
Existem muitas opções de ração no mercado. O tutor deve observar a quantidade de proteínas e não economizar. Renove as porções duas ou três vezes por dia. “Lembre-se de que os filhotes têm uma necessidade nutricional maior, pois ainda estão em fase de crescimento”, conclui Fernanda.
Você sabia?
Gatos da raça manx são os mais predispostos à obesidade. Segundo alguns estudos, os gatos sem raça definida também engordam mais facilmente, em comparação com os de raça.
Felinos comem em pequenas quantidades, mas várias vezes ao dia.
Castração x obesidade
O animal pode engordar após a castração. A baixa produção de hormônio diminui o metabolismo e, consequentemente, o animal vai ter tendência a ganhar peso. Existem, no mercado, rações especialmente desenvolvidas para os castrados. “O bicho vai ter que compensar o ganho de peso com uma dieta”, confirma o veterinário Rafael Souza.
Males decorrentes da obesidade
- Diabetes
- Constipação
- Lipidose hepática
- Doenças vasculares
- Problemas ortopédicos
Que nem o Garfield
Foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press
Pesando quase 12kg, Gastão, um gato sem raça definida de 4 anos, ganhou muito peso por causa do sedentarismo. “Além da falta de exercícios, teve a castração. A alimentação, porém, sempre foi muito controlada”, explica a tutora dele, a geóloga Nathália Freitas, 29 anos. Agora, ele passa por uma reeducação alimentar, com apenas uma xícara de ração por dia.
Segundo Nathália, o felino está se adaptando bem. “Ele passeia, e principalmente brinca com todo mundo. Antes, ficava muito cansado e sem ânimo para nada.” Além de Gastão, moram mais dois filhotes na casa.
Todos se dão muito bem. “Os menores acabaram incentivando ele a brincar”, conta a tutora.
Segundo a veterinária Flávia Melo, os gatos não têm mais propensão à obesidade do que os cães. Os hábitos da casa, sim, fazem diferença. “Os donos de cães normalmente mantêm uma rotina diária de exercícios, o que não acontece com os donos de gatos”, aponta a especialista em felinos. O melhor jeito de fazê-los “queimar as gordurinhas” é com brincadeiras. Por isso, invista em brinquedos de escalar e naquelas varinhas que eles adoram.
Nos felinos, a avaliação do sobrepeso é feita com apalpação de costelas e quadril, além da observação da cintura – se o animal estiver no seu peso ideal, as costelas e o quadril não são visíveis, mas são facilmente palpáveis.