Em Campo Grande, o debate sobre a toxoplasmose percorreu as redes sociais na última semana. Protetores de animais se indignaram com o número de gatos abandonados nas ruas após o termo “doença do gato” ter sido utilizado por meios de comunicação da Capital.
A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo Toxoplasma gondii, protozoário que pode se manifestar de forma assintomática na maioria dos casos. A doença popularmente passou a ser chamada de “doença do gato”, apesar de os felinos não estarem associados à maior causa de transmissão do protozoário. A expressão popular é um equívoco, segundo a veterinária Ana Lúcia Salviatto Andrade.
Após a causa da morte de uma jovem campo-grandense ter sido divulgada como em decorrência da suposta “doença do gato”, várias famílias amedrontadas não pensaram duas vezes antes de abandonar seus felinos nas ruas. “Na semana em que saiu a notícia, eu resgatei cinco gatinhos”, relata a estudante e protetora animal Bárbara Correa, de 25 anos. “Um estava para ser atropelado”. De acordo com Bárbara, eram animais visivelmente recém-abandonados. “Eles estavam com muita fome e eram superdóceis”, comenta. “Minhas conhecidas também notaram que aumentou o número de gatos nas ruas”.
A veterinária de Campo Grande Ana Lúcia esclarece que, apesar de gatos serem os hospedeiros da toxoplasmose, menos de 1% da população felina pode disseminar a doença.
Além disso, a maior contaminação acontece em decorrência de ingestão de carnes mal cozidas e verduras mal lavadas. “O índice de transmissão é muito maior por alimentos contaminados, mas o gato fica como o vilão da história”, argumenta. Para se infectar por meio dos gatos, a pessoa precisa ingerir as fezes secas do animal ou alimentos que tenham tido contato com esses dejetos. “As chances são mínimas”, conclui a veterinária.
Além disso, a maior contaminação acontece em decorrência de ingestão de carnes mal cozidas e verduras mal lavadas. “O índice de transmissão é muito maior por alimentos contaminados, mas o gato fica como o vilão da história”, argumenta. Para se infectar por meio dos gatos, a pessoa precisa ingerir as fezes secas do animal ou alimentos que tenham tido contato com esses dejetos. “As chances são mínimas”, conclui a veterinária.
Apesar de serem injustamente culpados por toda a disseminação da toxoplasmose, ainda é necessário ter cautela e prevenir a transmissão. “Eu uso luvas para manusear a caixinha de areia”, ensina Bárbara, que atualmente tem seis gatos em casa. A veterinária Ana diz que a melhor forma de não ter preocupações é realizar o exame de toxoplasmose. “Muitas vezes o gato é portador, mas não apresenta sintomas. Com o exame, é fácil descobrir e, caso o resultado seja positivo, é preciso tomar mais cuidados”, diz.
“Há pessoas que nem fazem o exame e abandonam o animal imediatamente, muitas vezes com recomendações de médicos. Não faz sentido”, analisa. A própria profissional se vê como exemplo de que não é preciso abandonar os felinos para se prevenir. “Eu sou veterinária, mexo com animais todos os dias, já passei por gravidez e não tive nenhum problema. O que eu fiz foi tomar precauções, como o uso de luvas e os exames”. A veterinária apela para que as pessoas se informem com um profissional antes de tomar decisões como abandonar um animal ou divulgar informações equivocadas. “Criou-se um mito em torno dessa doença”, finaliza.
Fonte: Correio do Estado
Estou gravida e dormindo com meus gatinhos, como desde criança sempre fiz, evito comer carne para não contrair toxoplasmose.
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