Por que todo tutor deveria castrar seu gato


Gatos castrados tendem a ser mais caseiros, assim se envolvem menos em brigas e adoecem menos
(Foto: Thinkstock)
Existem hoje 19,8 milhões de gatos no Brasil. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) estima que esse número chegará a 23,1 milhões em 2013. Em 10 anos, os gatos brasileiros ultrapassarão o número de cães domésticos — por ora, ainda o mais popular amigo do homem. A explosão populacional felina traz à tona uma importante questão sobre como cuidar desse animal, tipicamente selvagem, independente e predador: os benefícios da castração. O que pode parecer um ato cruel à primeira vista, é uma necessária medida para garantir a qualidade de vida do próprio animal, além do controle populacional, medida importante para evitar o abandono e os maus-tratos.
A cirurgia de castração é simples. Nos machos, apenas o testículo é removido e eles se recuperam em poucos dias. Já nas fêmeas, a esterilização é feita com a retirada total de útero e ovários. Nesse procedimento, há abertura da barriga do animal para extração dos órgãos. A cicatrização leva cerca de uma semana. “Depois da operação, os gatos domésticos saem menos de casa. É como se eles desenvolvessem um comportamento mais caseiro”, diz Susan Yamamoto, uma das fundadoras da ONG Adote um Gatinho.
Ao perambular menos pela vizinhança, os animais tendem a viver mais, simplesmente porque se expõem menos a situações de risco. Segundo Luciana Deschamps, médica veterinária e uma das fundadoras da ONG Felinos do Brasil, lugar de gato doméstico é, como o próprio nome diz, dentro de casa. “Na rua, ele vai arrumar brigas, se machucar, pegar mais doenças e ainda corre o risco de ser atropelado ou maltratado por pessoas cruéis”, diz.
No caso das fêmeas, há ainda riscos de gestações sequenciais. “Além de aumentar o número de animais que serão abandonados, essas gestações debilitam a saúde do bicho”, diz Luciana. Ao contrário das cadelas, que entram no cio apenas duas vezes ao ano, uma gata pode entrar no cio em períodos variáveis. Há animais que entram em período reprodutivo a cada dois meses, todos os meses e até mesmo aquelas que demoram apenas 15 dias. O odor que a gata exala, e que atrai o macho, pode ser sentido em um raio de até três quilômetros — razão da choradeira que atiça o ódio de vizinhos.
Obesidade felinaDe acordo com o médico veterinário Aulus Carciofi, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jabotical, o animal castrado precisa de um cuidado especial do tutor. Ao retirar as gônadas do felino, encerra-se a produção dos hormônios reprodutivos. Esses hormônios são responsáveis ainda por controlar o apetite e pela manutenção de uma massa muscular de qualidade (que consome mais calorias). Assim, sem os hormônios, os gatos acabam gastando menos energia e comendo mais. “Como resultado, ele ingere muito mais calorias do que consegue queimar. Até 40% dos gatos castrados são obesos”, diz.
Esse ganho de peso, no entanto, pode ser facilmente revertido pelo tutor. Basta fazer o controle da quantidade de ração que o animal ingere. “Estão à venda rações para gatos castrados, com menos gordura e mais fibras”, diz Carciofi. Segundo o veterinário, o indicado é que a ração de um gato castrado tenha menos do que 10% de gordura e mais de 6% de fibras. “Claro que se você estimular seu animal a fazer exercícios físicos, brincando com ele, haverá maior queima de calorias, e ele vai engordar menos.”
Fonte: Veja

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